Os irmãos já frequentavam as grutas de Greccio, há alguns anos para rezar. Quase todas eram amplas e podia-se viver nelas de forma permanente como em um eremitério. Francisco ficou aí o restante do tempo de inverno e a primavera seguinte. Precisava de paz e aí a encontrava. Passava longas horas rezando no fundo de uma caverna ou perdido no bosque do monte, quando o permitia o tempo. Depois, descia às choupanas dos camponeses para ajudá-los nos afazeres mais simples e, nos dias de feira, subia até à aldeia para pregar sobre o que lhe inspirava o Senhor. Quando chegou a Páscoa, os irmãos de Gréccio quiseram celebrar de maneira especial, pois Francisco estava entre eles naquele ano e tinha vindo visitá-los um irmão Ministro. Começaram, um dia antes, os preparativos recorrendo à vizinhança para conseguir toalhas brancas, uma vasilha preciosa, adornos para a mesa e melhores comidas.
Francisco que observava tudo aquilo em silêncio, decidiu dar-lhes uma lição. Sem que ninguém o observasse, saiu do eremitério e regressou sozinho à hora que lhe pareceu que todos estavam sentados à mesa. Vestiu-se como peregrino. Bateu à porta e, com voz disfarçada, pediu uma esmola pelo amor de Deus. Os irmãos, que nesta hora, deram-se conta do disfarce não puderam negar-lhe a vasilha com comida como lhes pedia o esmoler que, sentado a um canto, comia silenciosamente.
O entusiasmo da festa transformou-se em chuvarada fria. Os irmãos continuaram mastigando em silêncio a dura lição de Francisco, enquanto lhes vinha à memória o Evangelho da Missa que naquela manhã havia falado dos peregrinos de Emaús.
PARA REFLETIR
49. O que dizer da forma como os irmãos de Grécio quiseram celebrar a Páscoa?
Parece-te adequada a lição dada por Francisco? Por quê?
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