Eucaristia:
Pão e Vinho, símbolos de comida e bebida, exprimem pois a nossa vida, como também a nossa ação, a indústria do homem, seu domínio sobre a natureza que ele trabalha e transforma. Significam, outrossim, o próprio Cristo no mistério de sua Morte e Ressurreição.
Com Ele nós damos inteiramente, com todas as nossas qualidades e capacidades, todo o nosso trabalho e nossas realizações, toda a nossa vida relacionada com Cristo, vivida na maior intensidade possível a serviço do próximo.
A preparação destas ofertas não constitui ainda o sacrifício como tal. O pão e o vinho querem recordar, recolher toda essa realidade humana em Cristo. A serviço dessa preparação está toda a Liturgia da Palavra que quer dar maior sentido à nossa vida, aumentando a nossa fé, avivando a nossa esperança e intensificando o nosso amor. Quando, pois, representantes da assembléia apresentam as ofertas, levam a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas realizações e conquistas, unidos a Cristo. Podemos deizer que, de certa maneira, nós nos colocamos sobre o altar para sermos transformados em Cristo e por Ele apresentados ao Pai. O homem aparece na presença de seu Deus, que o agraciou com a existência e o cumulou com a nova vida da graça. Toma daquilo que Deus lhe deu e que ele realizou pelo seu trabalho para dizer que tudo lhe pertence, tornando-se, desta forma, o pão e o vinho sinal do homem mesmo, daquilo que ele é e daquilo que ele faz.
Deus, por sua vez, aceita este dom, o homem mesmo, representado pelos símbolos do pão e do vinho. Não só os aceita, mas os transforma, os assume pela ação de graças.
Em resposta à oferta de nossa existência, em conformidade com a sua santíssima vontade, Deus mesmo se dá em alimento. Ali se realiza aquele desejo do homem de participar da vida e da imortalidade de Deus, não pelo orgulho como no caso de Adão e Eva, mas pela humildade, reconhecendo a sua condição de criatura mortal.
SEXTA-FEIRA SANTA
Adoração da Cruz
A Cruz está plantada em toda parte. Encontramo-la nas igrejas, nas casas, nas praças, em repartições públicas, à beira das estradas e nos cimos das montanhas. Com ela deparamos desde o nascer até o pôr-do-sol; do nascimento até a morte. Caminha conosco em horas de alegria e de tristeza. Junto ao batistério por ela fomos marcados e a mortalha é por ela encimada. Encontramo-la na natureza e na arte. Não apenas a encontramos; ela está e cresce em cada homem; ela nos reveste.
Contudo, desde que Jesus Cristo morreu suspenso a um madeiro, abraçando em seu imenso amor toda a humanidade, as cruzes de todos os tempos e lugares foram iluminadas. Daquele momento a Cruz tornou-se esperança dos homens. A árvore da morte do paraíso transformou-se em árvore da Vida. A figura da serpente levantada no deserto transformou-se em realidade. Jesus Cristo venceu a antiga serpente, transformando a cruz em troféu de vitória. Assim, aos poucos a cruz foi sendo tomada como o sinal do cristão. Os cristãos dos primeiros séculos começaram a identificar a cruz de Cristo em toda parte: no martelo, no machado, na charrua, nas iniciais das palavras Cristo em Grego (XP), no X, no Y, na âncora, no báculo, no candelabro, na palma, no T, nas plantas e na própria figura da pessoa humana.
Primeiramente se usava simplesmente o símbolo da cruz, sem o corpo de Jesus Cristo afixado. Portanto, a cruz e não o crucifixo.
Era natural que a cruz como sinal do Cristão, de sua fé na morte redentora de Cristo, muito cedo entrasse também no uso litúrgico. Assim temos hoje uma presença muito frequente da Cruz nas mais diversas formas de Expressão.
SÁBADO SANTO
Fogo Novo
Tirado da pedra virgem na Vigília da Páscoa simboliza Cristo que, saindo do sepulcro de pedra, vai ao encontro de sua glória. O Círio Pascal representa Cristo, princípio de salvação. Cristo é a verdadeira coluna de fogo que serve de guia para o seu povo. É na justiça de Cristo que todo cristão é batizado. Nele se infunde o fogo do Espírito Santo. Um fogo purificador do pecado, um fogo que dá nova vida, fogo do amor de Deus que transforma todas as coias.
BECKÄUSER, Alberto. Símbolos Litúrgicos. Ed. Vozes: Petrópolis, 1981. 3a Edição.
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