Depois de Bernardo e Pedro terem distribuído todos os seus bens para alegria dos mendigos e admiração de muitos na cidade, foram viver com Francisco na cabaninha da Porciúncula. Poucos dias depois ajuntou-se-lhes outro que quis viver como eles. Chamava-se Gil. Não era rico, nem pobre, tinha a sabedoria de Deus que comunicava com frases e ditos simples, desses que fazem pensar a todos.
Logo, os quatro irmãos decidiram pôr em prática o que o Evangelho lhes pedia e, vestidos com túnicas pobres, semelhantes àquela que trazia Francisco, decidiram sair, dois a dois, a pregar em outras cidades.
Para dizer a verdade, eles tinham muito poucas coisas para dizer e ainda sentiam muito medo. A maioria das vezes limitavam-se a cantar com muita alegria, como pessoas possuidoras de uma grande liberdade e a rezar muito devotamente nas igrejas das cidades e nas capelas das estradas. O que mais se atrevia a falar era Francisco, porém o fazia sempre com palavras simples e muito brevemente. O irmão Gil, seu acompanhante, contentava-se em recomendar ao povo que desse atenção a Francisco porque ele era um homem muito bom.
É preciso reconhecer que esta primeira experiência apostólica foi quase um fracasso. Foram mais as suspeitas, os desprezos e até as expulsões que sofreram do que as pessoas que os escutaram. À sua presença, fugiam as mulheres e as crianças como diante de espantalhos e, em muitos lugares, eram os rapazes que se encarregavam de despedí-los atirando-lhes pedras e outros objetos.
Por isso tudo, a volta deles para junto da capelinha da Porciúncula foi muito mais alegre. Voltaram ali para desfrutar do amor fraterno e da paz do lugar.
PARA REFLETIR
30. Qual a idéia, deste relato, que mais te agradou? Explica porque.
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