O encontro com o crucificado em São Damião e a descoberta de que Deus era seu Pai, o estavam levando a cumes surpreendentes, a experiências jamais pensadas. Ao longo dos meses anteriores havia se dado conta de que era uma torpeza guiar-se por sua própria lógica, traçar seus próprios planos, que sempre falhavam. Por isso dedicou-se a exercitar-se em caminhar com o caminhar de Deus: assim, se sentia mais seguro. Caminhava pelo caminho de Deus e descobriu o seu próprio projeto. Era um caminho muito interessante: não sabia onde ia dar nem como era, mas em cada curva encontrava uma surpresa.
Primeiro foi em Gúbio, com seu amigo Frederico Spadalunga, que lhe deu comida e hábito de eremita, com o qual pôde melhor se defender dos rigores do frio.
Depois, foi ao leprosário de Gùbio onde novamente pôde descobrir o rosto de Jesus Cristo, não pintado na tábua, agora, mas por detrás da carne apodrecida dos leprosos. Passou com eles vários dias prestando-lhes serviços e alegrando-lhes um pouco a vida.
Mais tarde, foi à Igreja de São Damião, para onde retornou depois a fim de reconstruí-la, não agora com o dinheiro de Pedro Bernardone, mas com as pedras que ele mesmo mendigava alegremente pelas ruas de Assis e com a ajuda dos bons camponeses da região.
PARA REFLETIR
23. Descreve resumidamente em que consiste o projeto inicial guiado pela lógica de Francisco e como foi se manifestando o novo projeto guiado por Deus.
Que conseqüências traz o descobrir e deixar-se guiar pelo projeto de Deus?
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