O padre responsável por São Damião, compadecido pelo desgaste físico do inexperiente pedreiro mas, acima disto, convencido ao vê-lo perseverante em seus propósitos, mudou seu ceticismo anterior e decidiu acolhê-lo carinhosamente: preparava as refeições com o desvelo de uma mãe e as repartia com ele.
Bem depressa, porém, Francisco buscou precaução contra aquela segurança. Não concordou com a decisão de que se abrigasse ali e muito amavelmente recusou-a.
Decidiu então ir pelas ruas de Assis como um pobre, realmente, vivendo agora numa forma definitiva o que ensaiara nas praças de Roma. Todos os dias depois de trabalhar na reconstrução de São Damião, subia a Assis e batia em alguma porta pedindo que lhe dessem algo para comer na vasilha de barro que levava, igual à dos demais esmoleres.
Aquela foi outra lição difícil de aprender. As primeiras vezes que se sentava sob um portal qualquer, diante daquele vaso de barro transbordante de sobras misturadas, sentia uma repugnância tal que ia quase até ao vômito. Ele, que tantas vezes presidiu os mais apetitosos banquetes e, habituado que estava aos manjares delicados, encontrava-se agora, diante daquela desprezível coisa que lhe causava um estremecimento semelhante ao que, em outros momentos, lhe produziam os leprosos.
Mas, também aqui, seu empenho de fazer-se pobre com Jesus Cristo e de levar o seu despojamento até as últimas conseqüências triunfou.
PARA REFLETIR
24. Que te parece a lição mais importante trazida por este episódio?
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