Com uma força inexplicável dentro de si, porém, sem saber porque, Francisco encontrava-se de novo em Assis. Não foi coisa fácil para ele enfrentar a indignação de seu pai, a reprovação de sua mãe, as zombarias e o escárnio de amigos e vizinhos. Não sabia dar explicações porque não a tinha. O certo, porém, é que não se sentia um covarde.
O que seria dele agora? Como haveria de poder saber o que devia fazer? Voltou à loja de seu pai, mas cada vez se tornava mais insuportável permanecer lá e fugia quantas vezes pudesse para o campo, para pensar e rezar um pouco.
Seus companheiros de folguedos estavam preocupados por observarem a mudança de Francisco. "Talvez esteja se sentindo humilhado pelo seu recente fracasso...", comentavam entre si. Decidiram, então, animá-lo e fazer com que esquecesse isto.
A ocasião era propícia: aproximavam-se as festas da primavera e entregaram-lhe a vara que o distinguia como "rei das festas". Francisco aceitou a escolha, mais pela intenção de oferecer um banquete de despedida do que de voltar a desfrutar, como antes, das diversões noturnas.
Como costumava fazer, pagou também nesta oportunidade os gastos com a mesa que esteve mais esplêndida e o vinho mais generoso do que nunca. Quando acabou o banquete e chegou o momento da serenata noturna pelas ruas de Assis, à luz das estrelas, perceberam que Francisco não caçoava nem cantava como antes. Foi nesta ocasião que lhes confessou que estava enamorado da mais formosa dama que jamais havia imaginado.
PARA REFLETIR
15. Como poderias explicar o vigor de Francisco para enfrentar as reações de sua família e de seus amigos diante de sua mudança de atitude?
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