Partida de Requena, sábado 14/07/2012 às 07:30 da manhã em uma lancha “Chata” ( grande barca de carga), chamada Carlos Antônio com um bico de mais ou menos 40 mts, e muito carregada de madeira em especial (tábuas, vigotas etc) que somando tudo calculo umas 500 ou mais árvore.Parte da lancha, abaixo o motor, depois dois pisos para passageiros, e uma parte mais alta onde esta o condutor (na cabina) e fora para que os passageiros possam desfrutar de uma vista estupenda. Pode-se ver muita Praia com plantações de arroz, melancia, feijão, etc. A lancha possui uma cozinha grande e muito bem limpa, um barzinho, banheiros (destes se pode usufruir), limpo e organizado, com chuveiro também. Há uma capacidade para 160 passageiros, porém viajavam somente 26, muita carga de madeira, preço 100 soles o camarote (quando está o guardião somente de camarote), por sua debilidade.
Mas a história começa assim . . .
Fomos ao Muelle (porto), às 15:00 da sexta-feira 13/07/2012, esperamos atá 01:00 da manhã do sábado 14/07, embarcamos e fomos dormir devido ao cançaso, porém quando acordamos, “adivinhem onde estavamos” (hr hr hr) no mesmo lugar, pois esperavam por necessidade de um carimbo em uma nota fiscal de madeira para proseguir viagem . . ., que provavelmente depois de Pucallpa sairia do país - assim se vai somando os atrazo.As 08:00 'desayuno' (café da manhã), um creme de aveia cozido em água e muito ralo, com umas 04 rosquinhas.
Sempre procuro conversar com algumas pessoas e assim fazer amigos(as), conhecer um pouco mais da realidade, aprender mais a língua.A tripulação aproveitou para comprar muitos peixes frescos, já que os pescadores estavam alí bem perto da barca.
Também destaco o trabalho da equipe, e também a agilidade e responsabilidade do condutor – jóvens que prestam todo tipo de serviço: ajuda a tripulação a embarcar, desembarcar, carregar suas coisas (pois todos viajam com muitos pacotes) aproveitando assim a viajem para levar para selva muitos víveres – como o rio está baixo tem um que sempre está medindo a profundidade com uma vara, para que não fique em bancos de areia.
O que mais dá tristeza é ver o lixo ser jogado no rio (isopor, plástico, garrafas, fraudas, seringas), mesmo que tenho falado com uns adultos, de nada adiantou, basta virar as costa e la vai, quase nenhuma embarcação tem lixeira, e as crianças aprendem o que os adultos fazem, com a maior naturalidade, sim, vi uma barca com um saco de lixo, só que depois de cheio o jogaram no rio, que barbaridade, também toda descarga dos banheiros vai para o rio
Tenho refletido muito em todas as viagens sobre muita coisa . . . ser missionário, servidor, o conhecimento, o compreender muita coisa .etc . . .
Chegamos a boca do Ucayali e o Puinahua as 12:30 ( 05 horas de viagem); às 19:30 passamos por Bretaña, e a reserva Pacaia Samiria. Na serralheria às 14:10 do domingo 15/07. Puerto Henrique às 14:30
Juancito às 16:00 e para carregar e descarregar 02 horas - desci e fui cumprimentar a Sra. Telma uma animadora que havia conhecido da priemira vez que estive alí há 15 dias. Por volta das 23:00 paramos por 40 mim por causa de uma forte neblina. Às 05:00 da manhã da segunda-feira (dia 16) levantei-me; às 06:45 passamos por Santoa; às 07:45 San Cristobal e às 09:30 Nuevo dos de Mayo.
Finalmente nossa primeira parada, Paroquia de “Tierra Blanca” segunda-feira dia 16, às 11:00, nos esperava frei Bernardo “mexicano” - uma tábua para descer da lancha e um enorme barranco para subir ao povoado, imaginem o trabalho que tive com nosso guardião, tomamos um motocarro e entramos por San Juan de Tierra Blanca até Tierra Blanca propriamente, aí deveriamos estar por 03 dias, mais tivemos que ficar 06, isto é, até sábado dia 21, pois não passava a tal Lancha que esperavamos, e não havia outro meio de locomoção. Na terça-feira caiu uma chuva muito pesada mas nada prejudicial, o tempo que passamos por aí se resumia em oração e meditação com as irmãs, café da manhã, almoço, missa com vésperas a noite quando vinha a luz, das 18:00 ate 21:00, terminavamos a missa então viamos um filme, e depois dormir, durante o dia faziamos uma caminhada pelo povoado, e a tarde eu e Bernardo nos divertíamos em montar um quadro com 2 mil peças, algumas vezes ia ajudar a irmã a preparar o almoço e até fazer um pudim de leite condensado (adaptado).
Partimos mais uma vez para prosseguir viagem, saímos sábado dia 21 às 12:00 em um barca ( lancha) super lotada tanto de carga como de gente, desta vez nos seguiu Bernardo até o próximo destino “Paroquia de Orellana”, já que ele pertence ao Projeto, mas pediu para ter atividades mais concretas. Como estava muito cheia de gente, que mais parecia com os trens da India, e dentro como uma favela, pois tamanha era a desorganização, cada um arrumou um canto separado e assim prosseguimos, encontramos também nesta barca a Sra. Telma que estava indo para Pucallpa, paramos por mais de uma hora na margem direita do rio para descarregar materiais de construção: cimento, ferros, tijolo baiano, cobertura etc., depois carregavam os barcos que seguiam para margen esquerda onde não podia parar a lancha (barca). Quanto sofrimento para viver por ali, à noite complica ainda mais, pois mesmo que chamem com suas lanternas para embarcar, algumas vezes não param, é impossível atracar.
A mim aconteceu algo muito bonito e interesante; já passava das 20:00, eu sentado perto das mochilas, se dirigiu uma jovem até mim, abaixou-se e disse: "Olá tudo bem? Olha se você quiser pode usar a minha rede para dormir" – ela estava com seu esposo (bem jovens os dois) e dois filhos e tinha além de duas redes, um colchão, eu lhe agradeci pois já estávamos para desembarcar, e ela ainda me ofereceu um copo de leite.
Desembarcamos no mesmo sábado dia 21 às 23:00, ficamos alí domingo e segunda-feira.Nossa permanência também se resumiu em: missa, orações e refeições com as irmãs, conhecimento do povoado. Aquí tem um forte e grande coral, algumas pastorais administradas pelos jóvens e visitas aos caserios pelas irmãs.
Neste povoado, tanto a paróquia como a casa das irmãs, e todo complexo paroquial está a 100 mts do rio, e uma parte mais baixa do povoado, por tanto quando cresce o rio (cheia) se inunda muito, de dois anos para cá tudo esta piorando, a ponto de pensar em mudar, ou seja, construir de novo, a água sobe mais de 01 metro, então é uma correría para subir tudo para não perder; imaginem andar pelo claustro e cozinha ou pátio de canoa ou barco etc . . . e quando se abaixa depois de alguns meses, a lama que fica para ser tirada e limpada dentro da casa é muita. Mesmo a antiga praça que está mais perto do rio já não se pode ver seus bancos, estão todos enterrados da última cheia (pois junto com a água sempre vem muita areia). Por aquí também existe problema com a água, caixa descoberta e etc, uma casa grande sempre de dois pisos (andares), porém um pouco abandonado.
Aquí tivemos mais sorte para partir, o filho de uma paroquiana que trabalha em um ONG nos deu uma carona na terça-feira dia 24, às 10:00 em um deslizador (lancha de poucos lugares ) ai estava sua esposa seu filho e um amigo que também trabalha com ele.
Este jóvem chamado Zein Inuma Ahuanari nos disse de seu trabalho pelas reservas, e me mostrou alguns cartazes de lugares belíssimos de onde trabalha com os índios que vivem ilhados, ou seja, longe da civilização (Cordilheira Azul).
Paramos em uma praia para esticar as pernas, e logo continuamos viagem. Chegamos em Contamana as 14:00 (05 hs. de viagem), cidade situada à margem esquerda do rio Ucayali, em cima de uns pequenos morros, que fazia lembrar o Rio de Janeiro. Como turismo: àguas quentes e sulfurosas, etc. Aqui também a paróquia está muito perto do rio, porém é uma cidade mais preparada, estruturada, mais cuidada, e esta mais protegida pela altura, a Igreja é muito bonita, a parte de baixo do convento esta reformada, enquanto a parte superior ainda segue sua reforma, havendo somente dois quartos prontos, porém um estava ocupado, tanto que o pároco nos enviou a um hotel para dormir.
A paróquia está bem preparada e acessorada, grupo de senhoras, coroinhas, casamentos. Estivemos alí por 05 dias sem poder sair. Conheci grande parte da cidade, havia festa e desfile do dia da pátria, fomos ao hospital, e comer na casa da irmãs, e com os confrades íamos comer no restaurante.
Finalmente partimos de Contamana rumo a Pucallpa sábado dia 28 às 11:00, eu na minha maca (rede) pouco permaneci tamanho era a desordem, o guardião em um banco, nesta barca havia tráfico de pássaros como: periquitos, mas pouco pude fazer, barca lotadissima, tanto pelo feriado do dia da pátria, como pelas férias escolares (os jovens vão para as cidades mais grandes).
Chegamos em Pucallpa domingo dia 29 às 14:00 tomamos um motocarro fomos a empresa de ônibus, compramos o bilhete de 25 soles, tomei um banho de 01 soles, e parti sozinho às 17:00 para Tingo Maria, (aí nos separamos), paramos em Aguaytia, porém nem comi nada, muito a desejar, cheguei a Tingo Maria 23:20 tomei um motocarro e me dirigi ao convento, sendo recebido pelo guardião, comi um pouco e depois banho e cama.
Aqui a Paróquia também é bem estruturada: grupos, diácono permanente, coroinhas, coral, casamentos, missa de corpo presente, pastorais, aquí o funeral parte da casa até a igreja com banda de música. Mesmo permanecendo somente um dia, conheci bem esta cidade, fui passear em lugares turísticos, cavernas etc . . . Tingo Maria e o portal da Amazônia partindo da serra.Como recebi um telefonema de Lima que o retiro que deveria começar dia 06, ja havia começado dia 30 ( uma semana antes) parti terça-feira dia 31 às 07:00 (60 soles). De Tingo Maria se começa subir a serra, e depois de 2 horas de viagem paramos por mais de 1 hora, pois estavam arrumando o asfalto, como não haviamos mais tempo para almoçar, paramos na beira da pista em Huanuco por 10 mim para comprar alguma coisa para mastigar, passamos tb por Amarilis, Cerro de Pasco às 14:00; La Oroya às 15:00, Ticlio às 17:00 e, finalmente Lima às 20:30, tomei um taxi e me dirijo ao convento onde um confrade me levou ao lugar onde se estava realizando o retiro, iniciando meu retiro somente quarta-feira dia 01 e terminando sexta-feira dia 03.
Local do retiro: Comunidade Educativa del Colegio Peruano Chino, “villa Asisi” - Villa Tusan, como se fosse um condomínio ou uma colônia, um espaço muito grande entre montanhas, pertence a um grupo de chineses e administrado por padre italiano; na verdade e uma empresa, tem muitas vacas holandesas para leite, criação de: porcos, coelhos, frangos, carneiros, e um mine zoo, recebem turistas, plantam milho e muito bem preparado para retiros, com cabanas (quartos) para dormir, auditorio, cozinha etc. Eles também estão reflorestando as montanhas que são todas de pedras, num trabalho de muita paciência.
Hoje sábado 04/08/2012 fui almoçar com as irmãs Pequenas Missionarias da Eucaristia, as brasileiras que vivem aquí há mais de 12 anos: Lucelaine, Janete, Zilma, Vanilde, (Gabriela “Italiana”) e duas noviças
Depois de 23 dias de viagem, estou desfrutando de alguns días em Lima
Abraços,
Ate a próxima...
Frei neco ofm
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