Bem perto da praça principal, a da Câmara Municipal, ficava o estabelecimento comercial de um dos mais ricos e famosos comerciantes da região: Dom Pedro de Bernardone. Não tinha sobrenome de família nobre, porém, àquela época, todos falavam nele pela grande riqueza que possuía. Trabalhava com a comercialização de tecidos e brocados que ia buscar na França e sua ânsia de poder levou-o a comprar, tanto na cidade de Assis quanto em seus arredores, as propriedades de vários senhores feudais, daqueles que se haviam obrigado a vendê-las pelas exigências dos tempos novos que corriam ou para financiar as guerras contra as revoluções dos habitantes das comunas..
Numa das suas frequentes viagens à França, ao passar por Provença, Dom Pedro trouxe, quase ao modo de qualquer outra mercadoria, uma formosa e delicada mulher chamada Pica Bourlemont.
Por sobre a loja de tecidos e mercadorias estrangeiras estava a residência dos Bernardone. Alí, a senhora Pica desempenhava seus afazeres domésticos rodeada de comodidades e presentes de seu abastado esposo. Porém, apesar disso, seu coração continuava a vibrar por nobres ideais, pela fé cristã, a beleza, a poesia...
Dom Pedro, de outro lado, não tinha mais tempo a não ser para fazer crescer febrilmente suas riquezas e, desta forma, conquistar o que o nome de berço não lhe dera: prestígio, fama, glória. Era um fanático pelo poder, no dizer de hoje. Não trabalhava para viver, vivia para trabalhar. Sua segurança estava em seus cofres cheios de ouro e em suas propriedades. Nada mais tinha valor.
PARA REFLETIR
3. Quais eram os valores máximos para Pedro de Bernardone?
Vês algum paralelo entre o pai de Francisco e algumas pessoas do nosso tempo? Em que se assemelham?
Qual é teu parecer a respeito de uma pessoa que pensa e age assim?
O que se pode esperar, para o mundo, de pessoas como estas?
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